Depois de seis meses morando aqui na
Finlândia, fui passar um tempinho no Brasil para ver a família, os amigos e
matar a saudade da comida e do clima tropical. Aproveitei que o marido foi
viajar pelo mestrado e imprimi minha tão sonhada passagem.
Cheguei no Brasil em uma sexta feira, final
de fevereiro, com duas meias, duas calças, blusa, malha, casacão, uma mala de
26 kilos e muita saudade. Já no aeroporto consegui matar a saudade dos meus
pais e das cachorrinhas e me livrei de uma meia, uma calça, o casaco e a malha!
Não me levem a mal pela quantidade de roupa, mas sai da Finlândia com 2 graus e
cheguei no Brasil com 25 graus. J
Por alguns momentos devo ter parecido
estranha e até acho que me senti estranha. Mesmo feliz por estar em casa e com
minha família, eu queria ficar sozinha. Não me levem a mal, mas depois de tanto
tempo sem conviver com quase ninguém, a gente acaba acostumando, e às vezes são
necessários alguns minutos em silêncio em nossa companhia apenas.
Logo que cheguei, fiquei algumas semanas na
casa dos meus pais, no litoral de São Paulo, então não estranhei muito a
quantidade de pessoas por metro quadrado, mas quando fui ficar umas semanas na
capital, no começo estranhei.
Na grande São Paulo vivem 22 milhões de
pessoas e na grande Helsinki vivem apenas 1 milhão. Pensa na diferença! Mas
quem é de cidade grande nunca esquece como é a bagunça e logo me acostumei...
rs...
Pois bem, depois de matar a saudade de
quase tudo e todos, voltei para Finlândia. Juro que quando cheguei, uma segunda
feira de noite (lá para as 19h) ainda tinha sol! Oi sol finlandês, quanto
tempo!
As semanas que se seguiram foram estranhas.
Muitas vezes senti que minha viagem ao Brasil tinha sido apenas um sonho... Que
apenas eu tinha dormido e acordado no dia seguinte em terras finlandesas. Minha
casa, minha cama, minhas coisas... Bem estranho. Mas a saudade que já começada
a habitar meu coração me mostrava que tudo era real.
Para completar, o fuso horário de seis
horas a mais não ajudou muito na readaptação aqui na Finlândia. Foram uns
quatro dias para conseguir colocar o organismo n os eixos e acordar cedo,
almoçar, dormir quando era para dormir, enfim, organizar a rotina.
Tenho uma novidade boa: os dias aqui agora
estão longos! O sol (quando ele aparece) começa a se por umas 20h e só então
vai escurecer e pasmem, isso é lá para umas 22h. Você perde totalmente a noção
do tempo, com tanta claridade! A temperatura anda beirando os 10 graus. Agora
dá para caminha pelas trilhas das florestas que existem aqui!
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